sábado, 10 de dezembro de 2011

Regresso



Quem cantará o vosso regresso morto
Que lágrimas que grito hão-de dizer
A desilusão e o peso em vosso corpo.


Portugal tão cansado de morrer
Ininterruptamente e devagar
Enquanto o vento vivo vem do mar


Quem são os vencedores desta agonia?
Quem os senhores sombrios desta noite
Onde se perde morre e se desvia
A antiga linha clara e criadora
Do nosso rosto voltado para o dia?

Sophia de Mello Breyner Andersen
Mar Novo
1958, ed. Guimarães
pintura de Rogério Ribeiro

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