sábado, 7 de maio de 2011

Fear Itself: The Sacrifice de Breck Eisner (1X01)

O VAMPIRO ATLETA



A génese de "Fear Itself" é basciamente a mesma de "Masters of Horror". Depois de terminada a segunda época da série dos mestres, Mick Garris surge-nos com esta nova versão, de que é, de novo, o criador. A diferença mais substancial será que, em "Fear Itself" encontramos muitos mais nomes desconhecidos, ao passo que "Masters of Horror" conseguiu reunir nomes mais sonantes como John Carpenter, Dario Argento e Tobe Hooper a nomes mais recentes como Brad Anderson.






A iniciar a série nova, temos este "The Sacrifice", de que Garris assina o argumento (Baseado num conto de Del Howinson.); realizado por Breck Eisner. Eisner é precisamente um realizador emergente, que, entretanto, já realizou dois filmes, sendo que apenas um deles se insere no género do horror, e foi realizado já depois da sua participação em "Fear Itself". Por aqui se vê já alguma diferença em relação a "Masters of Horror".

Onde não se vê a diferença é na qualidade dos argumentos de Garris: o deste filme é tão mau como "Valerie on the Stairs" ou "Chocolate", só não consegue ser pior do que o de "The V Word", ainda que seja deste que, tematicamente, "The Sacrifice" mais se aproxima.

Ainda que se demore bastante a entender isso, "The Sacrifice" é um filme de vampiros. Conta s história de quatro traficantes de armas que, para tentar ajudar um que está ferido, perdidos no meio da neve, se refugiam num forte isolado, onde conhecem três raparigas que nunca haviam saído dali. Logo se percebe que, por alguma razão, estas raparigas estão a tentar encurralar os quatro visitantes, de maneira a dá-los de comer a uma criatura que ali vive também.

Na premissa, não há nada de novo, mas também não há nada de errado.

O problema, no argumento, é a questão dos diálogos, que muitas vezes peca pela predicabilidade e pela tendência para o desperdício de palavras. O que acontece é que Mick Garris é pouco capaz de nos surpreender, usando as artimanhas mais frequentes que uma sinopse destas poderia proprocionar, nomeadamente no que toca ao facto de as raparigas usarem a sugestão sexual como forma de fazerem os rapazes cair nas suas armadilhas.

Visualmente, o filme não está mal pensado, sendo que, aqui e ali consegue alguns planos bastante interessantes, ainda que se fique com a sensação de que o espaço do forte das três irmãs tinha potencial para proporcionar planos bastante mais desenvolvidos e poéticos.





O que realmente vem arruinar "The Sacrifice" é a figura do vampiro que, ainda que tenha uma história interessante, nos surge como uma espécie de atleta ensanguentado. Daqui até aos lugares comuns das dentadas e das presas e dos contágios é apenas um pequeno passo que nem Garris nem Eisner parecem ter pudor em dar.

Como resultado, temos aqui algumas cenas supostamente empolgantes de perseguições, ataques e armadilhas.

A única coisa que realmente corre bem é a sequência final: não a nível de argumento onde, apesar de lógico, o final não tem nada de surpreendente, mas através do uso da metáfora que é o portão da fortaleza, que nos indica exactamente aquilo que aconteceria depois do fim do filme.

A verdade é que "Fear Itself" bem que poderia ter um início mais agradável do que este, que mais não é do que uma prova da falta de jeito de Mick Garris, a que se acrescenta uma certa inépcia por parte de Breck Eisner. Esperemos que haja melhores dias para esta série.


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