terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Rio de Nuvens VII


Turva hora onde
Principia a noite
E o dia se esconde

Hora de abandonos
Em que a gente esquece
Aquilo que somos
E o tempo adormece

Nevoenta hora
Hora de ninguém
Em que a gente chora
Não sabe por quem.

E tudo se esconde
Nessa hora onde
Por estranha magia
Brilha o sol de noite
E o luar de dia.


Natália Correia
Rio de Nuvens
1947, ed. autora
pintura de René Magritte

2 comentários:

Graça Martins disse...

tão belo e simples este poema da Natália Correia...

Supermassive Black-Hole disse...

escrito aos 16 anos, vê lá tu!