sábado, 5 de junho de 2010

Chazada



Solta-se da boca a gravata gangrenada,
no finca-pé se trabalha a infância
mártir por despeito; preferias viajar
como um móvel que sai de casa desmontado.

A mó que vive encostada
numa claridade de muros que só prometida pelos mortos
assim me é o fundo secreto dos teus olhos; e o aperto
de mãos que lá ficou.

Passeamos nos planos duma fortificação
um lanço de escadas devolve-nos à ideia de lar
às dívidas alegres; solta-se a ponta
da língua porque o futuro não dirá.





Regina Guimarães
Anelar, Mínimo
&etc, 1985
imagem de Matthew Barney

Sem comentários: