quinta-feira, 17 de abril de 2008

não muita vez





Não muita vez nos vemos, mas se poucos
Amigos há para falar
Dos quais me sirvo de relâmpagos, de todos
É ele o que melhor vai com a minha fome.

Os dedos com que me tocou
Persistem sobre a pele, onde a memória os move.
Tacteiam, impolutos. Tantas vezes
A suor os traz consigo da memória, que nas tenho
Na pele poro através
Do qual eles não procurem sair quando transpiro. A pele é o espelho da memória






LUIS MIGUEL NAVA, "A Inércia da Deserção", 1981
isabel lhano, "eco", 2001

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