sábado, 1 de março de 2008

o poema

tragam-mo ainda que ao
longe, esse amor meu, dou
alvíssaras de fantasma, subirei
à tona dos sorrisos como flecha
do vosso cupido, tragam-mo
por favor ainda que ao
longe, a ver-me o vazio dos
olhos onde só ele pode caber

perguntem-lhe por mim e
se pode vir
para recolher o
meu corpo no fim
só bulido pelo vento

e se o vento é conjunto
de pássaros invisíveis ou seres
tão claros, escondam que sou
cruel, que fico a debulhar
anjos como flores para saber
se bem ou mal me quer


valter hugo mãe
"o resto da minha alegria"
isabel lhano, "volúpia" 2001

Sem comentários: