terça-feira, 4 de março de 2008

I´m a Cyborg But That´s Ok de Park Chan Wook

O AMOR É UM LUGAR ESTRANHO



Provavelmente, por mais que faça, Park Chan Wook será sempre relembrado por “Old Boy”. Rapidamente, tal filme ganhou o estatuto de filme de culto, e o nome do seu realizador está a ele para sempre associado. O que não quer dizer que Chan Wook não tenha feito filmes tão bons ou que venha a fazer melhores do que “Old Boy”.
Melhor, “I´m a Cyborg But That´s Ok” não será, mas é, certamente, em muitos aspectos, tão bom como “Old Boy”.
Esta é a história de uma rapariga que, na sequência de um acidente que se assemelha a uma tentativa de suicídio, é internada num asilo psiquiátrico. Na sequência do acidente, a rapariga começa a acreditar que é um cyborg. Mas não se importa.
Remexendo o seu passado, descobrimos que é filha da dona de um restaurante e neta de uma senhora que acreditava ser um rato, tal como agora a neta pensa ser um cyborg.
A psicose da avó leva-a a ser também internada. A neta acredita, então, que a sua missão é ir resgatar a avó, levar-lhe os rabanetes que esta comia o tempo todo, e aproveitar para matar os médicos que haviam levado a senhora.
Mas a rapariga sente compaixão desses médicos… pensa se eles não terão avós que também sofram com a sua perda.
Assim sendo, é de todo o conveniente que encontre um rapaz que consegue roubar características ás pessoas. Então, ela pede-lhe para lhe roubar a compaixão, para poder prosseguir na sua missão. É neste contexto que se apaixonam.
Ora, Park Chan Wook tinha muitas formas de explorar esta premissa, e, consequentemente, muitas maneiras de o arruinar. Mas a verdade é que não o faz. O seu percurso que muitas vezes passa pelo violento e pelo (Não tenhamos medo da palavra.) gore, mas a abordagem que faz á história de “I´m a Cyborg But That´s Ok” é não só bastante sensível como por vezes também idílica, o que só é conveniente, uma vez que faz um uso mais pleno da situação espacial e psicológica dos personagens.
O que falha então, na mais recente película de Chan Wook? Uma coisa crucial: a montagem. Terá o realizador esquecido o significado do conceito de “eliminar cenas”, para retirar o obsoleto? Poderá até ter sido intencional, mas, a verdade é que este excesso de pormenores desnecessários não melhora em nada o filme. Dá, aliás, a sensação de que estes 105 são três horas. O melhor exemplo é o final do filme que poderia ser contado de uma forma mais rápida e eficaz com a primeira das três cenas finais.
Ainda assim, temos em “I´m a Cyborg But That´s Ok” um sério candidato ao prémio do Fantasporto 2008. E não estaria mal entregue.

Veredicto: 17/20

2 comentários:

BE disse...

es mesmo mau com a nuxkhah (nita)!

so quero felicitar-t por seres fixe

nome do blog: camelo e coca

Supermassive Black-Hole disse...

a césar o que é de césar.
a nita o que é de nita.

é tudo o que tenho a dizer.

também és fixe minha mulher