segunda-feira, 17 de março de 2008

Coco de Colbie Caillat

TEMPESTADE NUM COPO DE ÁGUA

De facto, muitas vezes, a promoção que se faz de uma pessoa só a leva a ser prejudicada. O mito que se cria á volta de tanta gente acaba por lhes ser fatal, quando não conseguem corresponder.
Isto acontece com Colbie Caillat.
Dela, contam aquela história tão típica como desinteressante: a da menina que chegou ao mundo da música por acaso. Especificamente, Colbie fez upload de uns videos seus no YouTube, e alguém descobriu a sua fenomenal voz e convidou para gravar um álbum onde figuram muitas das grandes canções do ano.



Eis o erro. Dizerem que ela é autora de grandes canções deixa-nos um travo amargo na boca quando ouvimos "Coco", o álbum de estreia. "Coco" tem quatro ou cinco boas canções e outras tantas medíocres, não tem nenhuma grande canção, e a sua voz não é nada de fenomenal, é uma boa voz, suave, quente, meiga, mas sem nada de especial.
Assim, se a tivessem apresentado como uma debutante do rock acústico e melódico, dela dir-se-ia ser merecedora de todos os elogios que lhe apontassem. Mas Caillat é destruída pela sua campanha.
Falemos objectivamente de "Coco". É construído de canções rock acústicas e simplificadas, entre a Jewel de "Pieces Of You" e a Natalie Imbruglia de "Left Of The Middle", só não é tão surpreendente como era Jewel, nem tão expedita como era Natalie. Mas é aqui que se situa.
"Bubbly" é uma escolha inteligente para primeiro single, pois é uma das melhores faixas de "Coco". Além desta, contam-se "Battle", "Feelings Show" (Ainda que por vezes seja demasiado lamechas.), "Capri", "The Little Things" e talvez também "Oxygen".
A parte mais apagada e escusada do álbum passa por "Midnight Bottle" e "Realize" onde a menina se excede e a doçura torna-se pegajosa. Má ideia.
As restantes canções são médias: interessantes enquanto composições, um pouco previsíveis na letra, sempre bem interpretadas, simplorias e na mesma tonalidade fresca.
Assim sendo, não se pode dizer que o álbum de estreia de Colbie Caillat seja mau, porque não é. Mas ninguém diga que é um grande álbum e que é uma das melhores coisas que a música já ouviu, porque isso está longe de ser verdade. A César o que é de César, e a Colbie o que é de Colbie. Não a Colbie o que é de César. Nem o contrário...


Veredicto: 14/20

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